Blog da Cia. Zero Zero de Teatro

terça-feira, 16 de junho de 2009

A resposta de Vinícius!

..Diz agora Vini, a gente quer saber!

Hugo Neto – A morte comanda o espetáculo do início ao fim. Mas toda morte redunda em algo inútil. Ela não transforma a realidade, não redime nenhum dos personagens. No mundo em que a gente vive, nem mesmo a morte significa alguma forma de transcendência?

Vinícius Carvalho – Não acho que a morte não transforma a realidade ou que não redime nenhum dos personagens. A meu ver, ela é a denunciadora da ação de Kira, quando ele começa a matar criminosos. Ela é a geradora da perseguição de Kira pela polícia. “L” e Souichiro vão atrás de alguém que está matando. É através dela que Kira busca fazer justiça e, no final, quando Raito descobre o próprio nome escrito no Caderno do Shinigami, é o momento em que a personagem mais se fragiliza perante o público. Talvez ela, a morte, não o redima de seus atos. Raito não se arrepende de ser Kira até o último instante, mas, sem dúvida, ela tem um grande impacto na realidade. Raito tem medo de morrer e enfrentar a própria morte o leva a um surto psicológico que é mostrado em seu desespero final, enquanto “L” morre para provar que Raito é Kira e em nome do que crê como sendo justiça. A morte de Raito/Kira pode significar a salvação para aqueles que condenam sua ação e a desilusão para os que o apóia. Já a morte do L pode ser encarada também como uma ação em nome da justiça. Olhando assim, vejo a morte não só como transformadora de realidades e redentora, como também o início e o fim de toda aça. Ela fecha e ao mesmo tempo abre um novo ciclo. Creio que no mundo que a gente vive, a morte sofre uma banalização sim para uma maioria. Entretanto, o tema da morte na história do Death Note e, portanto, na nossa peça, está sendo colocado em discussão, está sendo sublinhado na tentativa de resgatar seu significado ou mesmo de ressignificá-lo.

Hugo Neto – Vinícius, a peça trabalha bastante com choques de ritmos e com a superposição de planos. Raito é o personagem que mais transita ente a ação absoluta e a introspecção absoluta. Quais foram as dificuldades para compor uma personagem que salta tão abruptamente de um estado para outro?

A resposta no próximo capítulo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário