Continuando a entrevista, agora as respostas da Thais e do Bruno.
Hugo Neto – A morte comanda o espetáculo do início ao fim. Mas toda morte redunda em algo inútil. Ela não transforma a realidade, não redime nenhum dos personagens. No mundo em que a gente vive, nem mesmo a morte significa alguma forma de transcendência?
Thais Brandeburgo – Para a morte significar transcendência é necessário primeiro aceitar que a morte faz parte da vida. Para mim é bem difícil imaginar como se preparar para perder alguém próximo, a falta que essa pessoa vai fazer, sem de fato passar por isso. Talvez, ao ver isso representado no palco, o pai que perde o filho de forma tão abrupta, seja uma forma mesmo inconsciente de se pensar sobre isso. O espetáculo trata da morte em seu plano mais básico, mais violento e, de certa forma, mais cruel. É o primeiro passo, difícil, mas necessário: a aceitação. Aceitar que a morte existe, que vamos perder pessoas queridas e que também vamos passar por ela, para daí evoluir a qualquer outro significado que se tenha, que vai passar pela crença ou religião individual, ou pela falta dela.
Bruno Garcia – A morte só adquire um significado de transcendência se você possuir alguma crença que empregue esse significado. Muitos artistas têm essa visão e a empregam em suas obras. Acho que uma coisa legal na história de Tsugumi Ohba é justamente quebrar essa expectativa do público deliberadamente. Adicionado à inutilidade das mortes, ele ainda sugere que após a morte não exista céu nem inferno, tornando a morte um final mais abrupto ainda do que muitas pessoas gostam de acreditar.
no próximo capitulo...o que será que vinícius acha disso?
Eu já li tudo como já disse, mas foi legal essa tua idéia, senhor Atênsia, de colocar a entrevista em doses homeopáticas (seja lá o que isso for!).
ResponderExcluirPra matar a sede de alguém se oferece um copo d'água, não um caminhão pipa. Muito sábio, guri...