Blog da Cia. Zero Zero de Teatro

sábado, 13 de junho de 2009

Mais entrevista.

Continuando a entrevista, agora as respostas da Thais e do Bruno.

Hugo Neto – A morte comanda o espetáculo do início ao fim. Mas toda morte redunda em algo inútil. Ela não transforma a realidade, não redime nenhum dos personagens. No mundo em que a gente vive, nem mesmo a morte significa alguma forma de transcendência?

Thais Brandeburgo – Para a morte significar transcendência é necessário primeiro aceitar que a morte faz parte da vida. Para mim é bem difícil imaginar como se preparar para perder alguém próximo, a falta que essa pessoa vai fazer, sem de fato passar por isso. Talvez, ao ver isso representado no palco, o pai que perde o filho de forma tão abrupta, seja uma forma mesmo inconsciente de se pensar sobre isso. O espetáculo trata da morte em seu plano mais básico, mais violento e, de certa forma, mais cruel. É o primeiro passo, difícil, mas necessário: a aceitação. Aceitar que a morte existe, que vamos perder pessoas queridas e que também vamos passar por ela, para daí evoluir a qualquer outro significado que se tenha, que vai passar pela crença ou religião individual, ou pela falta dela.


Bruno Garcia – A morte só adquire um significado de transcendência se você possuir alguma crença que empregue esse significado. Muitos artistas têm essa visão e a empregam em suas obras. Acho que uma coisa legal na história de Tsugumi Ohba é justamente quebrar essa expectativa do público deliberadamente. Adicionado à inutilidade das mortes, ele ainda sugere que após a morte não exista céu nem inferno, tornando a morte um final mais abrupto ainda do que muitas pessoas gostam de acreditar.

no próximo capitulo...o que será que vinícius acha disso?

Um comentário:

  1. Eu já li tudo como já disse, mas foi legal essa tua idéia, senhor Atênsia, de colocar a entrevista em doses homeopáticas (seja lá o que isso for!).

    Pra matar a sede de alguém se oferece um copo d'água, não um caminhão pipa. Muito sábio, guri...

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