Blog da Cia. Zero Zero de Teatro

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Crítica do Alexandre Nagado.

Teatro: Crítica de O Caderno da Morte (SP)
Por Alexandre Nagado
07/04/2009


O Caderno da Morte é a adaptação teatral brasileira de Death Note, famoso mangá de Tsugumi Ohba (roteiro) e Takeshi Obata (arte) que foi editado aqui pela JBC. Tendo inspirado animê e filmes live-action, Death Note tem conquistado fãs pelo mundo todo por sua trama inovadora e intrigante, elementos que inspiraram a versão de palco, que teve uma temporada de sucesso no ano passado.

A história é a mesma do mangá: O estudante Raito (Vinícius Carvalho) encontra um misterioso caderno (o tal Death Note) com uma inscrição avisando que, quem tiver o nome escrito nele, morrerá. O dono do caderno é um Shinigami ("Deus da Morte" do folclore japonês, vivido por Bruno Garcia), que passa a acompanhar Raito. Com um senso de justiça próprio, Raito começa a usar o caderno para matar criminosos e logo é chamado de "Kira", uma corruptela em japonês para "killer" (assassino). Raito tem que ocultar suas atividades de seu pai (Rudson Marcello), que faz parte da equipe de investigação que procura o misterioso serial killer que a princípio só mata bandidos. Com a entrada do misterioso e excêntrico detetive "L" (Miguel Atênsia) no caso, inicia-se uma perseguição cheia de reviravoltas. O aparecimento da imatura artista Misa (Thaís Brandeburgo) com um segundo Death Note, complica ainda mais a situação, que foge do controle de Raito.

A extensa trama foi compilada em apenas 105 minutos pela Cia. Zero-Zero de Teatro, com resultados surpreendentes. O texto é do próprio Bruno Garcia. A direção, que equilibra suspense, drama e humor, é da veterana Alice K, com trilha sonora hipnótica de Gregory Slivar e cenografia repleta de soluções cênicas criativas por Laura de Marc. Bruno Garcia como dois loucos Shinigamis e Miguel Atênsia como o astuto L monopolizam a atenção quando surgem em cena, sendo os destaques de um elenco afiado e que cumpre a missão de dar credibilidade a uma história bastante criativa e fantástica.

A peça tem sido um sucesso e fica em cartaz em São Paulo, capital, no Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1.000 - ao lado do metrô Vergueiro) até o final de abril. A temporada acontece simultaneamente em São Paulo de terça, quarta e quinta às 21h, e percorre diversas outras cidades nos finais de semana, incluindo Piracicaba, Osasco, Sorocaba e Mauá, entre outras. Ingressos a R$ 5,00. Confira a programação da peça no Centro Cultural São Paulo aqui e a programação nas demais cidades de SP aqui. Uma entrevista com Miguel Atênsia feita no ano passado, antes da peça estrear, pode ser conferida no blog Sushi POP.

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